O sistema econômico e produtivo mundial atual relega a uma esfera de abstração o fato de que a espécie humana habita um planeta finito, que possui recursos em uma quantidade que não aumenta com o passar do tempo, como acontece com na produção dos bens de consumo que atende à lógica vigente.
Podemos caracterizar o sistema econômico vigente como linear, uma vez que a produção de mercadorias – que o mantém – submete-se à lógica que compreende um começo, um meio e um final para toda a matéria utilizada para os mais diversos fins.Anualmente são extraídas milhares de toneladas de material bruto das reservas do planeta para os mais diversos fins: geração de energia fóssil, fabricação de materiais e equipamentos duráveis, produção de materiais e equipamentos com previsão de vida curta, além do material que – imediatamente após a extração – vai diretamente ao monte de resíduos descartado, por não ser possível a separação na fase de extração. Conforme este artigo apresenta, atualmente 66% de tudo o que se extrai de recursos naturais anualmente vira resíduo, e somente 6,5% de todo o material retirado é passível de reciclagem ou retorno ao ciclo econômico-produtivo.
E como se poderia alterar esse panorama?
Seria necessária uma mudança imensa na concepção de capacidade de provimento de recursos que o planeta tem. Seria necessária uma grande mudança de paradigma no modelo econômico-produtivo vigente, de forma que a finitude de recursos do planeta fosse considerada como fato concreto, diferentemente do modelo no qual o sistema econômico funciona hoje.
Fala-se hoje sobre a necessidade de se expandir a ideia de uma Economia Circular. Mas o que é isso?
A economia circular propõe a categorização de todos os produtos, mercadorias e materiais em dois ciclos importantes para o planeta: o ciclo natural ou biológico com o ciclo técnico.
O que se conseguiria com isso?
Seria possível que se desenvolvesse produtos e tecnologias que considerassem o reingresso dos materiais descartados ao fluxo de materiais ativo, de forma que o lixo e os resíduos que se produz pudessem se decompor ou serem mais facilmente reciclados, passando a integrar novamente o fluxo de circulação de matéria, exatamente como a natureza faz.
Dessa forma não estaríamos esgotando as reservas de recursos – cada vez mais escassos – nem teríamos o acúmulo monstruoso de resíduo degradando e contaminando áreas que poderiam ser utilizadas para atender a outras demandas sociais.
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